tecnologia no transporte traz mobilidade

Como a tecnologia no transporte pode trazer mais mobilidade para a cidade?

Durante a maior parte de sua história, o setor de transporte urbano se manteve praticamente inalterado, caracterizado pela lenta inovação e infraestrutura dispendiosa. A utilização em larga escala da tecnologia no transporte visa, principalmente, alterar essa realidade.

Estamos prestes a ver o que acontece quando a força imparável da inovação digital (Cloud Computing e Internet das Coisas, entre outros) apresenta alternativas para trazer mais mobilidade  para as cidades. Esses são assuntos que abordaremos ao longo do artigo. Boa leitura!

A construção de cidades mais inteligentes

A mobilidade inteligente vê o transporte como um serviço orientado para o usuário. Nesse contexto, surge uma dúvida de alta relevância: a mobilidade inteligente é uma inovação verdadeiramente poderosa e revolucionária, capaz de alterar profundamente a forma como se construirá os futuros modelos de transporte urbano ou trata-se apenas de um conjunto de mudanças incrementais?

A resposta para essa pergunta é: sim, a mobilidade inteligente pode ser extremamente poderosa e vantajosa para a cidade. O meio urbano, com seu fluxo intenso e ininterrupto de pessoas e atividades, precisa contar com um sistema de transporte eficiente.

Sendo assim, apostar em um sistema de transporte inteligente significa elevar a qualidade e, consequentemente, o desempenho desse serviço. Isso permite reduzir custos, otimizar tempo, proporcionar maior segurança, flexibilizar e aumentar as possibilidades de uso, melhorar a interação com as pessoas etc. Os benefícios são incontáveis.

Há quatro tendências de mobilidade inteligente que demonstram um claro potencial disruptivo, à medida que podem vir a dar o tom das próximas inovações nos sistemas de transporte.

1. Entrada de novos setores na atividade

Empresas de TI, de gerenciamento de dados e até mesmo organizações públicas e privadas do setor de energia estão, agora mesmo, adentrando esse espaço, impulsionadas pelas tecnologias emergentes e por uma demanda global por serviços personalizados.

Essas empresas trazem consigo novos modelos de negócios, abordagens e diferentes prioridades, forçando o setor a superar as limitações da oferta de transporte, fazendo com que ele se expanda e aumente sua influência.

Um dos melhores exemplos do alcance desses novos atores pode ser visto na atuação da Xerox, que conseguiu estabelecer acordos de negócios (não divulgados) com 19 operadores diferentes na região metropolitana de Montreal, no Canadá, para criar um serviço comum de emissão de bilhetes.

2. Serviço de ponta a ponta focado no usuário

Como mencionado, há uma evidente tendência global para serviços personalizados em todos os tipos de setores, de cuidados médicos à educação. Com o setor de transportes não é diferente.

Um exemplo bem claro disso é o Bilhete Único, usado no transporte coletivo da cidade de São Paulo. Milhares de pessoas usam o transporte público todos os dias na capital paulista. As filas costumam ser enormes e o tempo curto. O Bilhete Único é um Smart Card, uma espécie de cartão magnético.

Nesse cartão magnético são acrescidos créditos, de acordo com as necessidades e possibilidades de cada usuário. Essa modalidade de cartão facilita muito o uso do transporte na cidade, pois facilita o pagamento das tarifas nos transportes públicos, além de possibilitar esperas menores e embarques muito mais rápidos.

3. Implantação de novas formas de tecnologia no transporte

Uma demonstração prática da implantação de novas tecnologias é a conectividade ubíqua. O que isso significa? Bem, isso quer dizer que as pessoas podem ter uma conexão com a internet a qualquer hora, em qualquer lugar, usando diferentes tipos de aparelhos.

Isso pode ser particularmente útil para o desenvolvimento de um sistema de transporte inteligente. Como boa parte dos usuários, principalmente nos grandes centros urbanos, possuem um smartphone, é possível integrar um banco de dados, comunicação e a tecnologia dos smartphones para personalizar a experiência do usuário, usando um app de transporte urbano, por exemplo, disponibilizando informações sobre as viagens recorrentes daquele usuário, eventuais problemas e atrasos e assim por diante.

4. Transformação dos modelos comerciais

O deslocamento do foco para a implementação de serviços centrados no usuário, ao contrário do que ocorria antes, onde os usuários de transportes coletivos eram de certa forma negligenciados e forçados a se adaptar às condições de transporte existentes, vai forçar os fornecedores de serviços de transportes a se adaptarem a essa nova mentalidade e realidade de mercado.

Em outras palavras, os fornecedores de serviços de transportes precisarão renovar e inovar a estrutura do seu negócio, desde equipamentos e sistemas mais modernos e efetuar uma prestação de serviços que beneficie e pense melhor nos usuários e suas necessidades.

Um exemplo dessa possibilidade de transformação dos modelos comerciais é o BRT (bus rapid transit, ou, em português, ônibus de circulação rápida). Esse modelo está em vigor na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo.

O BRT consiste basicamente em ônibus mais modernos, novos, que circulam por uma via diferenciada, possuindo um baixo tempo de espera e uma velocidade de circulação muito maior. Além disso, a utilização de BRTs conta com um sistema eletrônico de cobrança de tarifa, embarque em nível e um sistema de controle on-line para uma manutenção mais efetiva do intervalo de tempo entre os veículos.

A universalização das soluções de tecnologia no transporte

Os maiores impactos da tecnologia no transporte incidirão sobre a mobilidade nas cidades, evidenciando a tendência constante de crescimento da população urbana. Quanto mais uma cidade cresce, mais a sua demanda por um transporte eficiente também aumenta. Um sistema de transporte inteligente pode ser uma ótima alternativa.

Algumas metrópoles, como Londres, apontaram o caminho da inovação no sistema de transporte urbano por meio da criação de autoridades comuns. As autoridades locais ainda terão um papel importante a desempenhar para garantir que os benefícios sejam sentidos por todos os cidadãos.

É aqui que a regulamentação precisará desempenhar um papel importante para o desenvolvimento do sistema. Os custos de transporte são proibitivos para muitas pessoas no momento e as soluções que envolvem Cloud Computing e Internet das Coisas geram excelentes oportunidades para reverter algumas dessas tendências.

Cloud Computing

Com as soluções de Cloud Computing, as informações ficam disponíveis muito mais rapidamente, permitindo que os gestores façam ajustes rápidos, em tempo real, para melhorar o atendimento ao público.

Outra enorme vantagem no uso da cloud computing é que isso permite uma redução considerável na infraestrutura de TI. Como parte da tecnologia ficará a cargo da empresa fornecedora do serviço de cloud computing, isso gerará uma economia de recursos, que podem ser usados para outras finalidades.

O uso de cloud computing também se mostra como uma forma da empresa se destacar no mercado, tornando-se mais competitiva, pois a cloud computing além de ajudar a reduzir custos e danos, proporciona experiências diferenciadas para os usuários.

Internet das Coisas (IoT)

A Internet das Coisas nada mais é do que uma nova tecnologia de conexão, em que objetos e equipamentos diversos, além dos habituais, podem ficar conectados à internet e, além disso, a tecnologia usada ali pode captar os atributos físicos deles.

Em outras palavras, na IoT, há tecnologias capazes de fazer uma leitura sensorial de objetos físicos e, com isso, possibilitar integrar as informações obtidas com as pessoas e a internet.

Entre os usos possíveis da IoT para um sistema inteligente de transportes, podemos citar:

  • aprimoramento das rotas do veículo, com oportunidade de correção de eventuais problemas;
  • otimização de operação das rotas, permitindo monitorar e controlar melhor as rotas e solucionar mais rapidamente os problemas à medida que eles aparecem;
  • processamento de dados de tráfego em tempo real, auxiliando na gestão da infraestrutura de transporte.

O uso de um sistema inteligente de transportes já está em andamento, apesar de ainda ser de certa forma reduzido em comparação com as demandas. A demanda por soluções mais eficientes e inteligentes de transportes precisa ser usada de modo mais intenso, amplo e frequente.

O uso de cloud computing, aliado a sistemas eletrônicos de cobranças de tarifas e gestão online da infraestrutura de transporte e serviços integrados e diferenciados, com uso de tecnologias mais modernas — como a tecnologia mobile, possibilitando assim um transporte mais rápido, satisfatório e eficiente, são algumas tendências de uso de sistemas inteligentes de transporte.

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